MITO #1:
O consumo de carne contribui para a escassez e esvazia os recursos naturais da Terra. Tem sido declarado que as terras de pastagem requeridas por vacas e ovelhas poderiam ser mais bem usadas com o plantio de grãos que poderiam alimentar milhões de famintos em países do Terceiro mundo. Além disso, tem-se afirmado que a criação de gado requer mais água do que fertilizantes para agricultura. Ambos os argumentos são ilógicos e simplistas. O primeiro argumento sobre as terras para pastagem ignora o fato de que uma porção grande de terra seca de nosso planeta é inadequada para o cultivo. As áreas de campo aberto, de deserto e as áreas montanhosas produzem seus frutos para o pastoreio de animais (1).
Infelizmente, boa parte de gado comercial não é alimentada no campo, mas em confinamento. Eles não ingerem gramas e arbustos (como seria adequado), mas são alimentados com uma mistura pouco natural de grãos e soja. É verdade que esta comida poderia ser utilizada por humanos. O argumento aqui, então, não poderia ser de que ao se comer carne está se esgotando os recursos da Terra, mas sim de que os métodos comerciais de agricultura o fazem. Tais métodos também sujeitam o gado a condições de vida deploráveis onde ocorrem infecções, se utilizam antibióticos, além de esteróides e de outros hormônios sintéticos que também são comuns. Tudo isso leva a produção de um gado pouco saudável, e por extensão, um produto alimentar pouco saudável. O gado alimentado organicamente, então, é uma escolha mais saudável e mais humana (veja no mito #15 mais sobre esse tópico). Sobre a argüição de que a criação de gado requer mais água do que para as plantações, deve ser assinalado que o consumo de água seria o mesmo pelo gado estivesse ele em liberdade ou em rebanhos dedicados à produção de alimentos. Adicionalmente, a urina dos animais no pasto, que contém principalmente água, é rica em nitrogênio necessário para suprir a terra. Muito da água utilizada na produção animal comercial é utilizada também para o cultivo de vários grãos, e mesmo da soja que alimenta esses animais.
Se um esforço combinado fosse feito para devolver o conceito ecológico de “fazenda combinada” ou “mista” (mixed farm), (descrita abaixo), grandes despesas com água seriam desnecessárias. Uma ameaça mais séria para humanidade, e a Terra, é a monocultura de grãos e legumes, defendida por alguns grupos vegetarianos, que esgotam a terra e requerem o uso pesado de fertilizantes artificiais e agrotóxicos perigosos; agrotóxicos que precisam ser testados primeiro em animais para segurança (2). A solução? Pensadores perspicazes, a respeito dessa questão, propuseram o seguinte: Um consumidor educado e um fazendeiro consciente, juntos, poderiam promover um retorno de uma fazenda combinada (mixed farm), em que se uniriam o cultivo de frutas, legumes e grãos combinado com a criação de gado e aves, o que seria muito eficiente, econômico e ecologicamente correto. Por exemplo, galinhas correndo livres em áreas de jardim comendo insetos (uma espécie de peste), ao mesmo tempo provendo ovos de alta qualidade; ovelhas que pastam em pomares abreviam a necessidade de herbicidas; e vacas que pastam em bosques e outras áreas marginais provêem leite rico, puro, tornando estas terras economicamente viáveis para seus proprietários. Não é a produção animal que conduz à fome e à escassez, mas práticas agrícolas pouco inteligentes e sistemas de distribuição monopolísticas. (3)
Uma “fazenda combinada” também é mais saudável para a terra e renderá mais colheitas do que aquelas administradas de acordo com as diretrizes tradicionais. O fazendeiro orgânico britânico e produtor de leite, Mark Purdey, mostrou com precisão que um campo de colheita em uma fazenda combinada renderá até cinco colheitas num ano, enquanto aquela com uma monocultura renderá só uma ou duas (4). Qual fazenda está produzindo mais comida para a população mundial? Purdey resume bem os horrores ecológicos das fazendas de alta produção dizendo: - Nossos estabelecimentos agrícolas poderiam fazer muito bem em proscrever o negócio - fazendeiros estupefatos promovendo criação intensiva de gado, burocratas que produzem “boi-burguers” de modo industrial; com todas suas perdas, crueldade deplorável, sistemas anti-ozônio; drogas e outros produtos químicos que induziram a uma imuno-toxicidade que resultou na B.S.E. (síndrome da vaca louca – síndrome da encefalite bovina) [veja mito #13] salmoneloses, no desmatamento das florestas tropicais, etc. Nossa direção futura tem que buscar a média harmônica, saudável das fazendas combinadas, que ressuscita o antigo e tradicional sistema que têm nas amplas áreas de terra o modelo básico, incrementando a produtividade para atender as exigências de demanda atuais, incorporando uma aplicação mais atualizada das ciências biológicas nos sistemas de cultivo. (5)
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ResponderExcluirServiço de Informação da Carne
fica a dica!
Excelente o artigo...gostei muito...muito interessante msm...faz com que vc perceba anglos diversos do assunto...
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