"Só vemos o que queremos ver."
Não é frase de efeito, é verdade!
Nossos olhos vêm o que nosso cérebro quer ver e isto exige treinamento, conhecimento. Aconteceu com a Inseminação Artificial. Esta tecnologia ainda hoje encontra dificuldade para ser implantada nas fazendas por este Brasil a fora, mesmo sendo técnica de fácil implantação e de retorno muito alto em benefício.
O raio-X é que os proprietários mandaram o funcionário fazer o Curso de Inseminação Artificial, fez o investimento, porém, ele mesmo não aprendeu a técnica, o que fez perceber pequenos erros um ano depois do inicio dos trabalhos, quando o nascimento dos bezerros não aconteceu no percentual esperado. Ele (o proprietário) não viu, seu investimento foi ruim e a culpa se creditou a Técnica, fazendo com que um percentual muito pequeno do rebanho seja fertilizado por animais de alto valor genético e realmente melhorador, algo em torno de 4% das vacas de corte.
Bom, para melhorar a eficiência na produtividade necessita-se implementar tecnologia, que anda na contra mão do Bem-Estar Animal. Figura 01
Tenho tido a felicidade de dar Curso em Manejo Racional para Bovinos de Corte, em várias fazendas no interior do Brasil e a preocupação é a ausência do proprietário ou do responsável. É comum, que apenas os peões freqüentem o curso, o que diminui a importância do assunto para a fazenda. Parabéns ao Maia, do grupo Vera Cruz, que esteve junto e hoje colhe bons frutos com o manejo nas fazendas, ao Fábio, proprietário da Oriente em Guirantinga/MT, a proprietária da fazenda São Luiz em Ivinhema/MS, que exceções foram, sentados junto com os peões fizeram a diferença durante o curso.
Quem não sabe não enxerga os erros!
Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no uso da atribuição que lhe confere o art. 87, resolve:
• Art. 1º Estabelecer os procedimentos gerais de Recomendações de Boas Práticas de Bem-Estar para Animais de Produção e de Interesse Econômico
• I - proceder ao manejo cuidadoso e responsável nas várias etapas da vida do animal, desde o nascimento, criação e transporte;
• II - possuir conhecimentos básicos de comportamento animal a fim de proceder ao adequado manejo;
• III - proporcionar dieta satisfatória, apropriada e segura, adequada às diferentes fases da vida do animal;
• IV - assegurar que as instalações sejam projetadas apropriadamente aos sistemas de produção das diferentes espécies de forma a garantir a proteção, a possibilidade de descanso e o bem-estar animal;
• V - manejar e transportar os animais de forma adequada para reduzir o estresse e evitar contusões e o sofrimento desnecessário;
• VI - manter o ambiente de criação em condições higiênicas.
O Brasil se propõe a produzir carne com qualidade. O que então a fazenda precisa?
A qualidade da carne é dependente da aplicação de tecnologias originadas na nutrição, no melhoramento genético, na ambiência e na saúde animal. As tecnologias devem estar em sintonia com a pressão dos consumidores e o direcionamento do mercado para qualidade da carne.
A mão de obra faz parte justamente da Ambiência, e esta pode ser melhorada com treinamento que repassa conhecimento, porém há a necessidade de supervisão. Este é o que precisa saber mais, conseguindo assim ser o observador que fará a diferença enxergando os pontos a serem corrigidos.
Por: Renato dos Santos
Fonte: BeefPoint |
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